1874 Transportes Colectivos Coimbra1980

sexta-feira, 15 de abril de 2022

 

Curiosidade Circulação pela esquerda (influência inglesa) 
Vendedeiras fazendo mercado  frente à Igreja de Santa Cruz 

COIMBRA - 1874 

A história dos transportes urbanos em Coimbra inicia-se em Fevereiro de 1873.
Em 1874 foi criada uma linha em sistema “americano” (*) que ligava o centro de Coimbra (Largo da Portagem) com a Estação Velha.
Extinto em 1887, este sistema de tracção animal foi reaberto em 1904 e ampliado à Universidade, para encerrar em 1908.
Os elétricos de Coimbra entrariam em funcionamento em 1911, retomando e ampliando a rede do carro americano.
Os carros eléctricos, descendentes dos "carros americanos", transportes colectivos sobre carris, vêm a terminar em 1980.

 (*) “Americano” carruagens sobre carris puxadas por muares “tracção animal”

BUARCOS—FIGUEIRA DA FOZ  - 1876

 “Os Americanos” foi o nome pelo qual ficou conhecida uma rede ferroviária ligeira no concelho da Figueira da Foz
Funcionava principalmente para escoar o carvão da Mina do Cabo Mondego para a Estação Ferroviária de Figueira da Foz, possuindo igualmente serviços de passageiros ao longo do percurso.
Este caminho de ferro ligeiro iniciava-se no campo mineiro do Cabo Mondego, passava pelos arredores das serra da Boa Viagem e Tavarede e terminava na estação da Figueira da Foz. 
Também se faziam comboios de passageiros entre a estação e o Cabo Mondego com paragem em Buarcos, utilizando carros americanos, veículos ligeiros de tracção animal.A partir de 1903 modernizaram-se passando a tracção a vapor, vindo ser extinto  em 1930. 

Per Viem  duas carreira de “americanos” no Distrito de Coimbra!!! é obra!

INTRODUÇÃO

 O Americano surgiu nos EUA em 1834. Era um meio de transporte colectivo que se deslocava sobre carris, puxado por mulas.
Em Coimbra, por iniciativa privada, surgiu em 1874, a companhia Rail Road Conimbricense que explorou a primeira linha de sistema americano que ligava a Calçada à Estação Velha.
A duração desta ligação durou pouco tempo (encerrou em 1887) porque, em 1885, o comboio Linha do Norte passou a ligar, a Estação Velha à Estação Nova. (O combóio chegou a Coimbra em 1864)
Em 1904 (1 de Janeiro), surgiu uma segunda tentativa de “americanos” ligando a Baixa à Universidade (Rua Larga) que, mais uma vez, fracassou, pois a inclinação do caminho dificultava a progressão das viaturas puxadas por mulas.
O serviço fechou em 1908. 
A título de curiosidade diga-se que no Porto, que foi a primeira cidade peninsular a ter “carros americanos” fecharam em 1914, na altura já de tracção a vapor. 
Em 1911, surge então a 1ª linha de eléctrico, sendo Coimbra a 4ª cidade portuguesa a ser servida por tal meio de transporte, depois do Porto (1895), Lisboa (1901) e Sintra (1904).
Até à década de 40, altura em que apareceu o primeiro trólei, os transportes da cidade foram dominados pelos eléctricos.
Com a chegada dos tróleis e o aumento do trânsito foi diminuindo o número de linhas de carril até que, em 1 de Janeiro de 1980, terminaram as duas últimas linhas que ainda existiam:
a Carreira 4 que ligava a Portagem a Celas e a Carreira 3 que ia até aos Olivais. 
Desde essa data, só na estação de recolha da Rua da Alegria é possível ver os eléctricos parados pois nem um pedaço de linha ficou para que pudessem circular em dias festivos.
Esperamos agora pelo MetroBus, que, fazem-nos acreditar, resolverão todos os nossos problemas, depois de termos despachado os simpáticos veículos amarelos.

Foto 1: Carro "americano”, Museu de Massarelos, Porto;
Foto 2: Carro "americano" circulando no Porto;
Foto 3: "americano" puxado por duas mulas;
Foto4: Interior de um "americano" exposto no Museu de Massarelos, Porto;
Foto 5: Eléctrico subindo a Avenida Sá da Bandeira, Coimbra, pela esquerda (influência inglesa);
Foto 6: Eléctrico na mesma zona do da fotografia anterior, mas já circulando pela direita.;
Foto 7: Inauguração da Estação Nova e com a chegada do comboio acabou a 1ª linha de "americanos" em Coimbra;
Foto 8: Trólei da 1ª linha conimbricense (N.º 6 - Santa Clara).

1 Carro "americano, Museu de Massarelos. 2 Carro "americano" circulando no Porto.

3  "Americano" puxado por duas mulas. 4 Interior de um "americano" exposto no Museu
                                                                         de Massarelos, Porto.
5                                                                                 6  
5  Eléctrico subindo a Avenida Sá da Bandeira pela esquerda. (influência inglesa)
 6  Eléctrico descendo na mesma zona mas agora com circulação já pela direita.

    O primeiro regulamento sobre circulação automóvel é de 1901.  Estabelece limite máximo de velocidade dentro das localidades 10 Km/h.
    A regra de Circulação pela Direita é de 1928, ano em que aparece a designação de Código da Estrada. Até então a circulação era feita pela esquerda, à inglesa




Com a chegada do comboio à Estação Nova, Outubro de 1885, acabou a primeira carreira de "americanos" de Coimbra: Ferreira Borges - Estação Velha.


O eléctrico marcou, e de que maneira, a paisagem da cidade. Começou com 5 carros para 3 carreiras:

1.-.Estação Nova—Universidade
2 - Estação Velha—Alegria
3.-.Estação Nova—Santo António dos Olivais

Preço dos Bilhetes entre 20 e 80 réis.
No começo do século XX, Coimbra assiste pela primeira vez a ver os carros elétricos partilharem as ruas e os espaços públicos com pessoas, animais, inclusive rebanhos de ovelhas, coches, liteiras, etc. etc. transformando os arruamentos em lugares de deambulação, circulação e trânsito.
Alteram-se arruamentos sobretudo os mais estreitos e sinuosos na Baixa e projectam-se novos espaços na Av. Sá da Bandeira, Bairro de Santa Cruz, Rua dos Combatentes, Estrada da Beira, novos arruamentos na Cumeada, Montarroio, Bairro Operário, Celas, etc etc etc. e naturalmente os proprietários destes terrenos vêem-nos  muito 
valorizados.
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Todos os eléctricos,       -excepto o Nº2-,    saíam da Estação Nova rumo ao Largo da Portagem, continuando para o Largo de Sansão, seguindo depois para o Mercado D. Pedro V onde se fazia a primeira bifurcação`

        em frente, rumo à Praça da República
        para a esquerda, rumo à Conchada e Celas

Na Praça da República novo NÓ:

        à direita, para a Universidade e Calhabé
        à esquerda, para os Olivais

Nos Arcos do Jardim:

        à direita para Universidade
        em frente para o Calhabé.

O Nº 2 saía da Largo de Sansão, frente à Igreja de Santa Cruz e pela Rua da Sofia e Rua da Figueira da Foz rumava à Estação Velha ao encontro dos comboios da Linha do Norte.

Coimbra   Esquema da rede das carreiras de carros eléctricos, década de vinte, século XX

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Em Coimbra os elétricos começaram a circular a 1 de Janeiro de 1911

Compreendendo três carreiras ou linhas:

Estação Velha à Alegria,

Estação Nova à Alta (Universidade)

Estação Nova a Santo António dos Olivais.


 A frota era constituída por cinco carros elétricos com o respectivo número em cada um dos lados da frente.

(Não misturar o número do eléctrico com o número da carreira que aparecia ao alto na janela central)


Primeiro carro eléctrico de Coimbra e Carreira Nº 1 e à direita Carreira Nº 3
Restaurado na década de 50. 
Construído em 1909 –. inicialmente  pintado com a cor vermelha.

As oficinas de reparações da Rua da Alegria foram exemplares e de elevado nível técnico.
Para além dos atrelados (Chora) faziam o restauro dos carros com toda a perfeição, como estes dois exemplos comprovam:
Eléctrico Nº 1 e 2 depois de restaurados mantiveram-se ao serviço com todo o aprumo até 1980      

  
O segundo carro eléctrico

Desportos radicais. Meados séc. XX  "Os Penduras"



ELÉCTRICOS, popularmente  “OS AMARELOS”  

LINHA DO TEMPO
 
O sistema de eléctricos entrou ao serviço no dia 1 de Janeiro de 1911, sendo a quarta localidade portuguesa a contar com este meio de transporte, a seguir ao Porto (1895), Lisboa (1901) e Sintra (1904).
Três anos depois (1914), Braga juntou-se ao grupo.
 
 1 de janeiro de 1911


Compreendeu três linhas:

uma da Estação Velha à Alegria,
outra da Estação Nova à Alta / Rua Larga (Universidade)
e a terceira da Estação Nova a Santo António dos Olivais. 

A frota inicial era constituída por cinco carros elétricos

 
1913 -.Primeira ampliação da rede foi a 24 Maio, troço Alegria.-.Calhabé.
1925 - A frota era constituída por 15 carros e 2 atrelados (os choras).
1928 –.Via dupla na Rua Ferreira Borges e Visconde da Luz até aos Arcos do Jardim.
1928 - Construída a Linha do Matadouro.
1929.-.Construída a Linha dos Arcos do Jardim - Calhabé. Ficando concluído o percurso  Calhabé - Circulação.
1929 -.Construída a Linha da Cumeada - Olivais. Ficando concluído o circuito da Cumeada
1930 - Fica concluído o circuito da Universidade com a Linha Arcos do Jardim-Rua Larga
1932.-.Prolongamento da Linha da Cumeada até à Igreja de Santo António dos Olivais.
1932.- Construída a Linha Abílio Roque (actual Rua P. António Vieira)
1932.- Prolongamento da via dupla até à Universidade.
1934. - Construção da Linha de São João que permitiu a circulação pela Universidade.
1930.-.Compra de mais 3 carros eléctricos.
1934.-.Mais 1 carro eléctrico este construído nas Oficinas dos Serviços Municipalizados.
1940.-.Construção do carro número 20 sendo este o último a ser construído nas Oficinas dos SMC
1940.-.Ligação de mais três linhas de “amarelos”: Cumeada, Olivais e Montes Claros.
 
Nos anos 40 começa a questionar-se a rede de carros eléctricos defendendo-se o sistema de “trolleyonibus” visando a substituição da via de carris de modo a melhorar a mobilidade e conforto.
 
1947 -.”Troleybus” para Santa Clara naturalmente sem carris, apenas linha aérea. Muito justamente crismados de “OS PANTUFAS” não faziam barulho ao contrário dos eléctricos. que chiavam  por todos os cantos. 
Curiosidade: Os “Pantufas” não sabiam fazer marcha atrás e tão pouco rodavam os tróleis da frente para trás. 

Neste ano inaugura-se a primeira carreira de autocarros: Coimbra - Taveiro.

1951.
— Fim da Carreira Nº 5  do Calhabé substituída por tróleis e renomeada para Linha de São José.
1954.— Autocarros para Estação Velha e fim da carreira Nº 2.
1954.— Linha Nº 7 para o Tovim.
1954.— Construção da linha na Rua Dr. Manuel Rodrigues, Av. Fernão de Magalhães e Largo das Ameias, permitindo a circulação pela Baixa. (Volta da Baixa pelo Palácio da Justiça)
 
Nota de saudade: A Geração dos anos 40, 50, 60 e até 70 com certeza que recordam muito do que aqui se apresenta. Os mais novos certamente não deixarão gostar de saber como as coisas eram no tempo dos seus avós e bisavós.


Tróleis


1959.-.Abertura da linha n.º 5, Portagem – Estádio Municipal e da linha n.º 5, Praça de República – Liceu (que mais tarde veio a ser a linha Nº 9).
1960: Abertura da linha n.º 5, Praça 8 de Maio – Apeadeiro de S. José (que mais tarde veio a ser a linha 10).
1962: Abertura da linha n.º 1, Portagem – Universidade (via Abílio Roque); e da linha n.º 6T, Universidade – Almas de Freire
1970: Abertura da linha n.º 8, Portagem – S. António dos Olivais (pela Rua Lourenço Almeida Azevedo e Largo de Celas).
1972: Passagem da “recolha” dos troleicarros da “parada” da Alegria para as novas instalações da Guarda Inglesa.
1982: Abertura da linha n.º 3, Portagem – Santo António dos Olivais (via Penedo da Saudade)
1984: Abertura da linha n.º 4, Portagem – Celas.
1988: Abertura da linha n.º 46, Santa Clara – Portagem – Celas, com circulação pela Av. Fernão de Magalhães)
1991: Abertura das linhas n.º 7 e n.º 7T, Estação – Tovim.

Na década de 90 os SMTUC ponderam a substituição de troleicarros por autocarros

1995: Substituição dos troleicarros por autocarros na linha n.º 5.
1999: Substituição, definitiva, dos troleicarros por autocarros na linha n.º 7 (Tovim)
2001: O Executivo Municipal opta pela manutenção da rede de troleicarros, com um número reduzido de unidades e carreiras, a saber:
      linha n.º 1, Estação Nova – Universidade; e
     linha n.º 3, Estação Nova – S. António dos Olivais (via Penedo da Saudade)
2002: Substituição dos troleicarros na linha n.º 8;
2002 Reintrodução dos troleicarros na linha n.º 4.
2003 Linha Azul com 2 mini-autocarros eléctricos 


1958 –-.Carreira 4 6 que não é quarenta e seis mas 4 e 6 isto é, o trólei vai fazer a ligação de Celas a Santa Clara com o mesmo percurso das linhas 4 e 6 com circulação pela Av. Fernão de Magalhães.
Em pouco tempo os passageiros habituaram-se a esta insólita e original maneira de numerar  carreiras e cedo compreenderam o engenho e arte dos distintos engenheiros dos Transportes Urbanos da  CMC..

A Rede de Carros Eléctricos facilitou a urbanização dos arrabaldes: à volta do núcleo urbano da Baixa e da Alta dando origem a múltiplos e diferentes Bairros: Conchada, Montes Claros. Montarroio, Celas, Olivais, Av Dias da Silva, Calhabé, Bairro Marechal Carmona, Fonte do Castanheiro, estes dois últimos sem acesso directo aos transportes dos carros eléctricos, Fonte da Cheira, Arregaça.

1947 Linha de Tróleis para Santa Clara. 
Durante anos a CP impediu o lançamento de linha de carros eléctricos para Santa Clara nunca aceitando que outros carris cruzassem a linha da Lousã.


CURIOSIDADE

A partir de meados do século XX a importância urbanística da cidade ficou muito ligada aos Transportes Urbanos Públicos: "Americano", Eléctrico, Trólei, Autocarro.
Pelos anos 70 populares e técnicos já considerávam os velhinhos "AMARELOS" como antiquados, rígidos, barulhentos, desconfortáveis e discutiam uma alternativa.
Com alguma ironia, hoje vemos nascer um movimente de cidadãos a defender o restauro do “elétrico” como factor de cultura patrimonial sobretudo associado ao turismo.
As voltas que o mundo dá!!!!
Não vai ser fácil como fácil não está a concretização efectiva do Museu dos Transportes Urbanos  para preservar todas essas memórias




DESENVOLVIMENTO URBANO DE COIMBRA

O eléctrico foi fundamental na organização espacial de Coimbra.
No início do século XX o espaço urbano praticamente estava limitado à Alta e à Baixa, o resto do território seriam arrabaldes: Montes Claros, Conchada, Cumeada, Celas, Olivais, Calhabé, Arregaça, Santa Clara...
Com os transportes colectivos nascem nesses “arrabaldes” múltiplos bairros com o mesmo nome e cada vez mais unidos ao núcleo urbano, modernizando a vetusta e milenar cidade ao mesmo tempo que se multiplicavam as carreiras de transporte.
Nos anos 60 torna-se claro que o carro eléctrico começa a ser ultrapassado pelos tróleis e autocarros face ao mau estado de adaptabilidade do espaço onde assentam os carris, ao mau estado de conservação da via férrea, à rigidez do percurso, aos acidentes causados….
O eléctrico, a partir dos anos de 70 é  considerado por muitos antiquado, barulhento e desconfortável e advinha-se o fim de um período.
Com alguma ironia à mistura, na segunda década dos anos dois mi,l nasceu um forte movimento a defender o “elétrico” como factor de valorização cultural-patrimonial, sobretudo a nível turístico, dando continuidade aqueles que em 1984 lutaram para que o Museu de Transportes Urbanos de Coimbra fosse, e foi, uma realidade. que preserva todas estas memórias e cuja ideia principal se deve a RODRIGUES COSTA que foi o seu primeiro e ilustre director e iniciou a sua implantação na antiga estação de recolha e oficinas de reparações da Rua da Alegria.






Eléctrico Nº 4 - Restaurado em 1969





O eléctrico Nº 5


O Trólei a caminho de Santa Clara atravessando a velha ponte de tabuleiro metálico e pilares de alvenaria, silencioso em contraste com os barulhentos e ruidosos eléctricos e por isso mesmo logo baptizado com O PANTUFAS.


A Administração dos Serviços Municipalizados de Coimbra, no início da década de 70, referia o carro elétrico como o tipo de transporte que o progresso vai tornando obsoleto e por cuja eliminação das ruas da cidade muitos pugnam – e que acarreta menor prejuízo por ser o que exige menor dispêndio na manutenção e conservação.

Este entendimento, sequência de anteriores decisões, condicionou o desenvolvimento da rede de transportes coletivos de Coimbra.

Na realidade tendo a rede, na zona urbana, adquirido as dimensões adequadas à dimensão da Cidade, a partir do final da década de 60 assistiu-se ao seu alargamento às zonas suburbanos e mesmo à zona rural.

Este alargamento, efetuado essencialmente com recurso a autocarros, levou a um rápido crescimento do número de passageiros transportados. Assim, tendo em 1963 sido ultrapassado o número de 15 milhões, logo em 1967 o sistema transportava pela primeira vez num ano, mais de 20 milhões de passageiros.

Em 1959 verificou-se a abertura da linha Nº 5, Portagem – Estádio Municipal; e da linha n.º 5, Praça de República – Liceu, que mais tarde veio a ser a linha n.º 9;

Em 1960 a abertura da linha n.º 5, Praça 8 de Maio – Apeadeiro de S. José, que mais tarde veio a ser a linha n.º 10.

Em 1962 é aberta a linha Nº 1, Portagem – Universidade via Abílio Roque; e a linha n.º 6T, Universidade – Almas de Freire.

O ano de 1964 fica assinalado pelo facto de, pela primeira vez, os troleicarros serem o meio de transporte coletivo a transportar mais pessoas na cidade de Coimbra.

Em 1969 existem na frota dos Serviços Municipalizados vinte carros elétricos, vinte e sete troleicarros e trinta e um autocarros, este período no que respeita à frota utilizada é caracterizado pelo sucessivo abate ao efetivo de carros elétricos e pelo rápido aumento do número de troleicarros e autocarros disponíveis.

Em 1970 foi inaugurada a Linha n.º 8, Portagem – S. António dos Olivais, pela Rua Lourenço Almeida Azevedo e Largo de Celas.

Posteriormente, em 1972 dá-se a passagem da “remise” dos troleicarros da “parada” da Alegria para as novas instalações da Guarda Inglesa.

O ano de 1976 marca uma viragem, na medida em que os autocarros passam a ser o meio de transporte coletivo mais utlizado em Coimbra.

O último eléctrico circulou em Coimbra a 9 de Janeiro de 1980.

 Na madrugada do dia 9 de Janeiro de 1980, perto da uma hora da manhã, os carros elétricos recolhem pela última vez às instalações, sitas à rua da Alegria, deixando de circular na cidade de Coimbra.

PAX ANIMAE TUAE

A frota dos Serviços Municipalizados era constituída por vinte carros elétricos, vinte e sete troleicarros e setenta autocarros.


CURIOSIDADE

O Chora agarradinho ao 4 do Calhabé

O CHORA DO CALHABÉ e o “AMERICANO” de LISBOA 

Em 1878, Eduardo Jorge, então com 18 anos, vindo como tantos do interior, empregou-se como moço de cavalariça nos “americanos” em Lisboa.

Em 1888, criou a sua pequena empresa de transportes, que fazia a carreira entre o Intendente e Belém, com tarifas económicas.
Era o “Carro do Chora”, que veio a tornar-se o mais famoso concorrente dos "americanos".
“Chora” foi a alcunha que lhe puseram os colegas por frequentemente se lamentar de ao fim de cada dia os seus ganhos serem sempre poucos.
Mas como diz o povo na sua infinita sabedoria ”grão a grão enche a galinha o papo” e o jovem provinciano EDUARDO JORGE em poucos anos transformou-se no grande empresário de transportes da capital.


O atrelado da Carreira 5 do Calhabé baptizado de “chora”.
Ambos modestas  carruagens de bancos laterais corridos.
O da Capital da Cultura puxado por um elétrico o da Capital do Império por  mulas.
 
CURIOSIDADE

Carro eléctrico Nº 13  restaurado com a cor primitiva, frente ao Banco de Portugal

O 20  - Último carro eléctrico adquirido pelos SMTUC







Autocarro de Turismo - dois andares (2017)
Em 1964 já circulavam autocarros de 2 pisos em Coimbra. 
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Corria o ano de 1864 quando o comboio chegou a Coimbra.
Este facto é decisivo para transformar a Lusa-Atenas pois passa a ter uma ligação rápida a Norte, a Sul e às Beiras facilitando a movimentação de pessoas e bens.

Em 1874 é inaugurada a primeira linha de "carros americanos" de tracção animal normalmente puxada por mulas.

A 1 de Janeiro de 1911 é inaugurada a tração elétrica em Coimbra.
Fase inaugural com 3 carreiras e 5 carros.
A frota de eléctricos de Coimbra - com 20 carros no total - inicia-se com o Nº 1 de cor vermelha e que com algumas reparações nas excelentes oficinas da Rua da Alegria se manteve ao serviço até ao fim -1980.
Em 1912 acrescenta-se-lhe mais 1 ( Nº 6 já de cor amarelo-torrado ) e no ano seguinte, 1913, mais uma carreira Alegria - Calhabé.
Em 1927 chegam os carros Nº 14 e 15 (Sendo que para o eléctrico 14 estava reservada a glória de ser o último a circular em Coimbra em 1980)
Em 1954 o eléctrico Nº 16 inaugura a Carreira para o Tovim.

outro "a  propósito"

O edifício de recolha, reparação e central eléctrica da Rua da Alegria foi ganhando cada vez mais importância e movimento.
Neste espaço funcionou entre 1982 e 1995 o Museu dos Transportes Urbanos de Coimbra, tendo sido o seu primeiro diretor António Rodrigues da Costa.

A "Remise" funcionou não só como abrigo de veículos, mas também como espaço oficinal; era aqui que se efetuavam as reparações e a manutenção dos carros elétricos, troleicarros e mais tarde dos autocarros e outros veículos afetos ao serviço prestado pelos Serviços Municipalizados de Coimbra.

  Curiosidade Circulação pela esquerda (influência inglesa)  Vendedeiras fazendo mercado  frente à Igreja de Santa Cruz  COIMBRA - 1874   ...